22 de agosto de 2010
16 de agosto de 2010
15 de agosto de 2010
limpar os restos da noite de alguém é extremamente desconcertante, ainda mais quando a noite anterior teve todos os elementos que geralmente são seus: sua mulher, sua cama, os lençóis que costumavam ser limpos. agora não. os personagens foram outros. a mulher já não era mais sua, nem o amigo. a sacralidade do quarto foi rasgada, e por mais que se quisesse recuperar a virgindade, não dava. foi violência demais. joguei os lençóis fora. joguei ela, joguei ele, me joguei junto. fui junto com a notícia, que recebi do pior jeito, sutil como uma bola de demolição. no estômago. sutil como uma pedra nos rins, agradável. extremamente rápido, extremamente violento. jogou fora coisas demais, assim como os lençóis. só deixou no lugar o sentimento de dívida: agora ele me devia mais do que dinheiro.
acho que o mais difícil já foi, e é sempre difícil terminar alguma coisa, por mais que ela nem tenha começado. ainda mais quando tudo acontece assim, tudo de repente, tudo sem sentido, tudo invertido. todas as vontades convergiam pra que isso não tivesse acontecido. a gente queria outra coisa, e eu queria você. sempre quis. era você quem eu, literalmente, procurava, é você. eu gosto é do cheiro do teu cabelo cacheado, preso, solto. gosto do teu toque, do teu abraço, das suas caras e bocas, dos risos que você dá, e dos que você me faz dar; principalmente desses. fico pensando nessas coisas, daí me vem aquele você-deveria-ter-procurado-melhor, inconveniente, mas que faz questão de me lembrar que eu deveria mesmo. então bate o arrependimento, a vontade de desfazer, e de fazer tudo escondido, ou te propor uma fuga louca, sei lá, deixando tudo e todos pra trás, só pra não ter que esperar mais pra poder te dar um beijo. hahaha! tá! não precisamos fugir, tava brincando. mas a ideia de esperar realmente não agrada. longo prazo... falei, dá medo. planos a longo prazo assustam. não que não seja bom tê-los, mas não são esses os quais deveríamos ter. esses dão medo. medo de que não passem de um plano, de um sonho que se sonha só. estes não viram realidade. quando sonha junto, daí é realidade. então, pequena, não me faz esperar, e diz pra mim que a gente vai ser um par.
31 de março de 2010
esse jardim que não floresce nada, grama que não nasce desde que a pisou. teu campo é estéril. um tanto quanto histérico. regado a ferro e portas fechadas. desde que nasceram. e nascem? é um vandalismo às escuras, o que pratica. um soco no estômago de quem já não come há dias, de quem não sonha há tempos, de quem não ama há anos. eis o porquê.
secura assim tem de molhar. amargura assim vai findar. um rosto triste assim não pode. cadê o sorriso que tanto gosto? põe ele aí de novo. nunca mais eu vi.
quero ver respostas por aí afora. quero o lugar seguro melhor de outrora. quero mato e bicho ao meu redor. quero promessas desse mundo melhor. nunca pior. tenhamos dó, e não tenhamos medo do porvir. pensa no tudo que nem conhecemos solto por aí. pensa nas promessas que te fiz, naquele velho dom de ser feliz. e enxuga essa lágrima lisa. mesmo com o claro dos teus olhos, no teu rosto ela não combina. esse sorriso de canto é melhor, um começo.
19 de janeiro de 2010
17 de janeiro de 2010
6 de novembro de 2009
eu quero lhe falar, moça. contar que tive medo, hesitei. não me culpe, você sabe. sabe onde estive pra chegar até aqui. sabe o que eu passei. esse é meu jeito, meu ser. e se eu era, desculpe, não quis ser, não quis faltar ao compromisso, não quis falar que não sabia. e eu não sabia. desconhecia a importância do falar. ainda desconheço, me ensina. por mais que eu saiba, não sei. por mais que eu sinta, não sei. é você quem sabe, não eu. não sei a importância do falar. fala?