Espelho, espelho meu, quem é mais valente do que eu?
Nem sequer valente fui, nem nas brincadeiras de roda, tampouco nas brigas de escola.
Tinha lá uma ponta de valentia nas coisas que fazia. A cada dia tinha que superar limitações e me convencer quando eu vencia.
Lembro da vez que joguei corre-cotia. Ah, como foi duro.
Cada presença ali convidava o choro, pra cada um eu construía mais meio metro de muro.
Sempre foi assim, preferia sozinho, preferia não tê-los conhecido.
E cada um que me era apresentado só acrescia alguns tijolos. E fui subindo...
E nos anos fui construindo minha torre, um lugar só meu, como nas histórias de princesas.
Mas elas estavam presas. Estava ali por opção.
Por vezes até tentei ser sociável, tentei comunicar, tentei não enrubescer.
Tentei amigar, tentei.
E até tive amigos. No fundo de meu baú de brinquedos, os tive.
Entretanto, ainda estou na torre.
Esperando que caia, ou que alguém em um cavalo venha me salvar.
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